quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Sete pecados

E aqui está um post para que futuros donos de mega empresas não repitam o erro da Microsoft e tomem cuidado com possíveis Googles!

O professor indiano de marketing, Jagdish N. Sheth, lançou há pouco tempo o livro "Os hábitos autodestrutivos das boas empresas... e como quebrá-los". O autor pontua sete pecados corporativos que o Por dentro da bolsa faz questão de te contar:

Negação da realidade: É o caso da GM, por exemplo, que nunca acreditou na competição dos carros japoneses, deixando que as suas próprias concessionárias vendessem Hondas, Nissans e Toyotas.

Arrogância: É o tal do “orgulho que precede a queda”. Como exemplos, dá pra citar a Sony, a Boeing e a Microsoft, em que um desempenho excepcional passado distorce a percepção da realidade presente.

Complacência: Caso típico da Kodak. A super competência em tecnologia química se transformou em deficiência na nova era digital, já que não houve adaptação.

Dependência competitiva: Quando um modelo de sucesso se transforma na armadilha da empresa. Nesse pecado, podemos citar a Lego, cujo sucesso dependia de um design revolucionário que virou commodity. Outro caso é o da Avon, que está até hoje presa à armadilha de um único modelo de venda.

Miopia competitiva: Basicamente, estreitamento de visão. É a situação da Coca-Cola, por exemplo, que andava tão ocupada com a Pepsi que nem reparou no novo mercado de águas, que vem crescendo pra caramba.

Conflitos culturais: Caso típico da Motorola, que tem uma cultura super focada na engenharia, o que impediu uma visão mais ampla das necessidades do consumidor médio e popular, melhor atendidas pela Nokia, por exemplo.

Obsessão por volumes: Aquela coisa de enxugar cada vez mais as despesas. Dá pra citar a IBM como exemplo, em que 89% eram custos fixos, dos quais 79% iam para a Intel e a Microsoft.

Empreendedores de plantão, leiam o livro e abram os olhos. Não adianta ser grandão de olhos fechados, porque tem muita gente pequena e com lupa em punho querendo ganhar o teu mercado!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

A mágica das financeiras

Então, pessoal, vamos às financeiras!
Vocês sabiam que, quando compramos uma blusa na C&A e pagamos R$ 50 por ela, estamos pagando o valor que a C&A quer pela blusa mais o valor destinado à financeira? Pois é, funciona assim:

Tu chega no balcão e a moça, muito simpatica, oferece "quer fazer em 5x pelo preço à vista?". E tu, inocentemente, pensa "poxa, eu quero, vou estar pagando a maldita blusa até o fim do verão, mas eu quero!"

Então, a C&A vai lá na financeira e "vende" a tua dívida pra eles. Pelo teu crédito de R$ 50, a financeira paga pra C&A os R$ 40 aqueles que a loja queria pela blusa. Desse jeito, tu fica lá pagando as tais cinco prestações de R$ 10 pra financeira, achando que tá pagando pra loja.

Conclusão: quando tu paga um produto à vista com opção de parcelamento sem juros, pode exigir desconto! No caso específico das lojas de departamento, o Por dentro da bolsa já tentou bastante, mas eles não dão - o jeito foi parcelar e terminar de pagar roupas de inverno no verão!

E muita atenção ao caso especifico da C&A, que ainda tem uma pegadinha extra: às vezes eles nem oferecem as tais "5 parcelas sem juros", mas sim "8 parcelas fixas". Isso pode parecer a mesma coisa, mas não é. No final das 8 parcelas fixas, o produto vai ter custado bem mais caro do que o preço à vista.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Copom, taxa de juros e Casas Bahia

Que o motivo daquela roupa comprada à vista sair mais barata do que a comprada a prazo é o acréscimo de juros, isso a gente sabe! Mas de onde vêm esses "por centos" a mais que fazem a gente pagar quase o dobro do preço original do produto?

O Por dentro da bolsa conta pra você! Tudo começa com uma reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que acontece de 45 em 45 dias, e define a famosa taxa de juros. É essa taxa que vai influenciar lá nos juros cobrados pelas Casas Bahia, por exemplo.


Essa taxa é usada para controlar a inflação, por exemplo. Quando a taxa está alta, é mais dificil realizar compras à prazo, então as pessoas tendem a comprar menos, o que obriga os comerciantes a baixarem os preços. Essa queda "empurra" a inflação para baixo.

Uma taxa alta faz ainda com que investidores estrangeiros comprem mais títulos públicos brasileiros, já que a remuneração vai ser alta também. Com isso, entra muito mais moeda estrangeira no país, e faz com que o dólar não fique tão valorizado em relação ao real. Como os preços dos produtos que nós compramos sofrem influência direta dessa alteração, isso ajuda a controlar a inflação - o caso da gasolina é anormal e inexplicável: sobe quando o dólar sobe, mas não desce quando ele perde valor; isso nem o Por dentro da bolsa explica!

E pra quem ficou pensando: "Mas peraí, lá na C&A eu compro um casaquinho, uma calça e mais umas três blusinhas e pago em 5 vezes pelo preço à vista! E essa papagaiada de juros como fica?"

Calma, isso fica pro próximo post: "A mágica das financeiras". Até lá!

domingo, 2 de setembro de 2007

Bovespa agora é Bovespa Holding

A Bovespa, apesar de todo o dinheiro que circula por lá (uma média de 4,3 bilhões de reais por dia!!!), era até alguns dias atrás uma sociedade sem fins lucrativos, dá pra acreditar? Era, não é mais. Na última terça-feira, foi criada a Bovespa Holding, uma sociedade por ações fechadas.

Sociedade por ações fechadas??? Sim, isso quer dizer que, por enquanto, as ações da Bovespa não serão comercializadas. Mas, a previsão é que as vendas comecem já no final de outubro, depois da aprovação do CVM.

Abre parênteses. A Comissão de Valores Mobiliários (só pra não deixar dúvidas, o termo não tem nada a ver com mobília), responsável por regulamentar e fiscalizar, além do mercado de ações, os mercados de futuros e derivativos, os fundos mútuos, clubes de investimento e carteiras de investidores. Fecha parênteses.

Concluindo, as ações da Bovespa Holding vão ser um ótimo investimento, visto que a Bovespa é atualmente a maior bolsa de valores da América Latina e a 19ª maior do mundo. Além de que, nos últimos cinco anos, a Bovespa rendeu quase 300%. Fica a dica!

sábado, 1 de setembro de 2007

Mulheres em Ação na Bovespa


Talvez seja por causa do nome do blog, mas os comentários das meninas são maioria aqui no Por dentro da bolsa. (A propósito, podem perguntar o quanto quiser, quanto mais melhor!).

Então, o post de hoje é só pra elas! A Bovespa também pensou em nós, mulheres interessadas no mercado financeiro, e criou o
Mulheres em Ação. O objetivo é justamente esclarecer como funciona a Bolsa de Valores, como aplicar, quais as vantagens, tudo voltado para as necessidades femininas.
No site desse programa tem de tudo: seção de perguntas e respostas, programação das palestras e cursos realizados pelo programa, depoimentos de mulheres investidoras, enfim, vale a pena conferir! O que já atraiu a atenção da redação do Por dentro da bolsa é a planilha de Orçamento Pessoal, porque os gastos aqui andam fora de controle!

Por dentro da bolsa só não aprovou as bolsas das Mulheres Empresárias: francamente, feinhas, não?

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Sobre a queda das bolsas

"O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou nesta sexta-feira um pacote de medidas para ajudar os proprietários de casas com dificuldades para pagar suas hipotecas em meio à crise no setor de crédito de alto risco americano."

A tal crise no setor imobiliário americano causou um bafafá tremendo há uns dias atrás nas bolsas de todo o mundo. Pois o Por dentro da bolsa te ajuda a entender a coisa toda.


Os Estados Unidos contaram, nos últimos cinco anos, com taxas de juros super baixas. Com isso, várias instituições financeiras começaram a conceder empréstimos subprime – empréstimos pra pessoas com um histórico de crédito duvidoso ou que não têm como comprovar a renda. Esses empréstimos eram usados, principalmente, para a compra da casa própria. Apesar da fama dos altos riscos de que essas pessoas não honrassem suas dívidas, os credores esperavam que os prejuízos causados pelos inadimplentes fossem amenizados pela tomada e venda de casas. Isso realmente fazia sentido, já que os preços dos imóveis estavam em alta e o número de compradores era grande, o que amortizaria o impacto das dívidas.

O problema é que os juros aumentaram e muuuita gente deixou de pagar! Daí já viu, né, os bancos tomando as casas dos devedores, vários imóveis à venda e pouca gente com grana pra comprar. E pra tornar o bafafá global, essas dívidas hipotecárias foram "fatiadas”, batizadas de títulos lastreados por hipoteca, e vendidos a instituições financeiras e investidores em todo o mundo. Logo, tem um bando de gente com títulos hipotecários americanos dependentes do pagamento dos devedores de empréstimos sub-prime. A incerteza de pagamento gerou uma crise global, afetando as bolsas do mundo todo. Só aqui no Brasil, a Bovespa chegou a cair 8 pontos, dando prejuízo pra muitos investidores.

E depois o Bush vem dizer que o impacto não foi tão grande assim - pra ele, até pode ser!

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Ai, a tal da CPMF!

Estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) mostra que, em média, o brasileiro trabalha sete dias do ano só pra pagar CPMF - pode? Absurdo! Sabe aquele saque de R$ 30,00, que no teu saldo vira R$ 30,11? Pois são esses centavinhos aí que no final do ano acumulam quase R$ 250,00!

A CPMF é a Contribuição Provisória (ah, tá bom) sobre Movimentação Financeira. Ou seja, se eu quero sacar dinheiro, eu pago 0,38%. Se eu quero transferir dinheiro de contas de natureza diferente (conta-corrente e poupança, por exemplo), eu pago 0,38%. Se eu quero pagar o cartão de crédito, enfim.

E sabem o que foi aprovado nesse mês pela Comissão de Constituição e Justiça por 44 votos a 15? Siiiiiim, a emenda constitucional que prevê a prorrogação dessa maldita traça bancária! A solução vai ser guardar o salário dentro da Bíblia, mesmo. Ou do Atlas. Ou de um Paulo Coelho qualquer, whatever.